domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ode a Linhares (fale rápido)

Esta cidade é pouca. É pequena como seus habitantes, todos. Todos eles.
É tudo muito artificial, planejadinho para seu rebanho. Tudo muito reto, sem curvas, sem o mal feito perfeito.
Quarteirões e mais quarteirões, sem graça alguma. Apenas um lampejo de exuberância - é certo que uma exuberãncia bem decaída, caída aos pedaços, assim é a verdade -: um casarão do século XIX, que, em momento de glória, gaba-se por ter hospedado Getúlio Vargas.
As ruas largas não dizem nada: mudas, frias e sem paixão. Apenas carros as gozam, com um prazer de máquina poluidora, é óbvio. Somente eles, que não sorriem e nem choram.
A gente daqui tem a hospitalidade de quem não tem hospitalidade. Sorrisos reservados. Colonos de agora, tardios, a olharem torto para os de há muito e os de sempre.
Tanta lagoa, tanto óleo e tão distante um lado do outro da rua. Vou ter de atravessá-la. Mas espero que ela não me fique atravessada pela garganta.
Linhares, vou-lhe tossir!
Linhares é de mentirinha, é encaixada, é para um menino gigante brincar de carrinho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Calortina é pra menina pequena se sentir menor ainda.

Cecília disse...

Jamais será a princesinha do norte u.u