sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Leituras. Parte I - Thomas Hobbes

O Sr. Thomas Hobbes reduziu a sociedade a um mero rebanho de ovelhas frescas molestadas por seu pastor - entenda-o como Estado.

Em que bobagem pensarei então?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Blasfêmia Literária: matei o amor!

Marília, tu és aquilo que se deve ofender!
Pobre e idiota Dirceu! Homem que, mesmo trancafiado na mais gélida masmorra tropical, ousou sonhar a sua liberdade junto a Marília.
E são várias as Marílias, milhares. Mas elas me fazem abrir os olhos- e eles se abriram:

No mar de concreto cinza-escuro, onde um fétido rio de inúmeros verdes cria um contraste, um jovem rapaz olha para o céu, também acinzentado. Parece buscar algum sonho, alguma beleza; na mais real hipótese: uma fuga.
Pensou ter encontrado a tal fuga naquela mulher de feições finas e de largo quadril, que há muito o atormentava nas tardes de marasmo. A moça tinha um rosto bem desenhado, não era beldade alguma - que fique claro; olhos negros, lábios finos e um sorriso branco de dentes bem alinhados. Descendo mais o campo visual, o rapaz se perdia no generoso quadril da rapariga (sejamos fiéis ao português, ao menos ao de portugal), provavelmente importado d'Angola.
Ouviu falar em poesia. Pegou um livro, folheou, achou bonito e lembrou das ancasda morena.
Foi perguntar a alguém o que era amor. Alguém lhe disse que era "um sentimento muito bonito" que um homem um dia há de sentir por uma mulher. "AMOR É SOFRER POR ALGUÉM", lendo isso, o rapazote quedou-se confuso:para quê sofrer?"(pobre Dirceu).
Seguiu caminho margeando o verde rio. Tentou imaginar-se junto da morena, sorrindo, em meio à fumaça que lhe petrificava os pulmões. Esbouçou o rosto daquela que admirava. Pensou no amor. Quis tê-lo.
Já que essa história é uma grande mentira: o rapaz se esbarrou com a razão de seu caos. Assim que abriu os olhos e a viu, soltou uma conjugação verbal perigosa, com uma pura sinceridade, que pensava ter: "Eu te amo!" Fê-se um silêncio frio e doloroso. E, lentamente, os dentes brancos da morena foram se revelando numa farta e impiedosa risada de escárnio.
O rapaz diminuiu. E quando estava prestes a findar-se, lembrou-se de Dirceu e de seu sofrimento amoroso por culpa de Marília - o livro que ele havia lido, anteriormente, fora justamente 'Marília de Dirceu'. Agora uma nova orquestra de dentes tortos e amarelados surgiu e engoliu aquele conjunto anterior. Esse meu personagem olhou fixamente as nádegas daquela mulherzinha, fazendo-as de alvo para o seu pontapé, que fiz ser certeiro.
E a morena com os seus chocalhos amarrados na canela? Quedou-se verde ao cair no canal verdejante. E o amor? AH! O amor! Eu, simplesmente, quis matá-lo hoje e pôr a culpa no pobre rapaz que é inocente e puro. E quem é o rapaz? Talvez tenha sido eu ou um alguém qualquer... Já é tarde e ainda tenho que comemorar.
Um bom vinho do porto aguarda ser degustado.