sábado, 23 de maio de 2009

eu e as imbecilidades, minhas

Bem quando penso em dormir, repondero o que ouvi hoje: que merda de café o paulo fez ontem de noite; estudei e explodi a cabeça e ainda fui escrever porcarias...
No outro dia a vergonha.
Ninuém entenderá.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Branco

No dia em que as nuvens caem do céu, é dia que os anjos se horrorizam. Nessas terras altas esse tipo de dia é bem comum.
Certeza, é que algo de abominável sempre ocorre. É cão que aparece. É morte horrível que se anuncia. É dia que bicho morre vazio de sangue. E outras horripilâncias.
Hoje não houve morte - ou, pelo menos, não ainda.
Ainda não é sabido o fato que se procedera. Ainda não se espalhara. O que digo, a princípio, é o lugar do ocorrido: um quintal. Em meio a frondosas árvores de frutos bem vermelhos. Pássaros que piam. Bem-te-vis! Dois corpos entrelaçados e o mesmo sangue. Pronto, foi dito. A bruma branca foi quem escondeu. Ninguém viu. Lascividade. Suór. Desejo. Consumação... AH! a carne! Como bom é tocá-la quando se quer. Invadi-la! Avante! Sedento... O pecado se perdeu na serração; não viu, não possui provas e nem testemunha. Ninguém viu! Ninguém há de provar!
Como não querer passar as mãos naquelas curvas nuas? Aquelas curvas proibidas, impossíveis, até então... Bem-te-vi! Bem-te-vi! E mais o barulho de toda a natureza naquele éden: os pássaros, os ramos, os gralhos e alguns zumbidos.
Sentir... Corpo com corpo. O fervor das intensas palpitações. De repente, os olhares se descobrem. Os olhos esbugalham-se num castanho claro, quase amarelo, feito mel. Mas logo se fecham naquele gozo. Naquela satisfação absurda. Naquele deleite infindo.
O aperto do abraço, qual uma fusão, coração com coração.Siameses.
O céu reclama querer voltar aos altos. A advertência foi dada e acatada. Derretem-se e se espalham nus. Um corre. E sobre as ervas, aquela que talvez tenha servido como molde para uma famosa escultura de Milos, permaneceu estirada, espreguiçando-se, olhando o branco afastar-se, descobrindo seu desenho íntimo, contemplando-se, e um passarinho de peito amarelo empoleirado na macieira. Bem-te-vi.