A verdade é que eu sempre quis contar as flores e as borboletas que havia nos cabelos dela. Aquele emaranhado de cachos inundados de um doce perfume de jasmins e margaridas.
Vasta cabeleira que ainda me facina. Quem me dera voltar a este sonho tranquilo que tive há pouco, em que a via correr por entre árvores e cipós de uma mata verde, amarela, vermelha, azul e de tantas cores ainda não catalogadas ou mesmo sonhadas por outrem. Mas havia tanto branco! O branco de um sorriso sincero, pueril.
E as flores lhe caíam dos cabelos, a toda hora, sempre e sempre, e não parava. Como poderiam existir tantas flores a cair? Sua cabeça era uma primavera infinita. Era isso. E quando virou-se e veio ter a mim, parou seus lábios próximos aos meus e falou... Não consegui ouvir ou mesmo entender. Foi então que abri os olhos e me pus aqui a relembrar.
5 comentários:
O tipo de sonho mais verossímil que a realidade?
Seus planos pra primavera infinita, Mafalda quer saber. A dica você lembra:
"-Rejubila-te – gritou-lhe o Rouxinol – Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha." (Wilde)
Sem comentário...
Doce.
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