segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Subte

Entrou no metrô e teve sorte de encontrar um espaço vago no banco vermelho. Mais que sorte, talvez um milagre. Nada mais desagradável que pegar o metrô às 18 horas - aliás, há coisa pior: fazê-lo todos os dias. Ao menos houve o milagre de hoje, terça-feira de calor infernal.
Ela sentou entre um senhor gordo e barbudo e uma velhinha de óculos redondos. Todos calados - e mais ainda ela. Estava cansada. Sentou-se, na verdade, com um olhar melancólico - ou indiferente, aqueles olhos não foram tão claros, ainda que bem verdes. E apoiava seu queixo na palma da mão com os dedos subindo à bochecha. Apenas seus olhos se moviam, o resto era estático. Aliás, seu corpo inflava ao respirar, mas era quase imperceptível, apenas um olhar insistente para percebê-lo.
De repente um sorriso. Fechou os olhos e passou a mão desde a testa até os cabelos, arrumando-os. Que boa lembrança teria sido aquela?
As possibilidades são infinitas.... Ela desceu em Angel Gallardo.

4 comentários:

Unknown disse...

Muito bom, hein!! Boto fé no autor ;) Lembre de passar por aqui, pela cidade, pra dar autógrafos!x)

Guilherme Ferreira disse...

gosto de metrô, de trens em geral (sou mineiro, como sabe) e histórias de trens são bacanas =]transporte coletivo é um ótimo lugar para se pensar, além de ser bem propício pra ter boas lembranças.

pra continuar a história talvez você tivesse que descer em Angel Gallardo também! rs

Cecília disse...

bonito, guh (:

Tenorius disse...

eu tava querendo comer uma parrilla em malabia huahuahuahua