sexta-feira, 30 de abril de 2010

Romina

Ah, Romina, por que foste embora? Por que me tiraste teu sorriso baixo, tímido, branco...? O que te fiz, Romina, o quê?
Olhaste-me com teus olhos negros e te puseste a chorar. Tu que sempre me sorrias. Magrinha, com um ar de intelectua discreta, sempre com os braços cruzados sobre a mesa de algum desses cafés de Corrientes; ou, quando em pé, como que te abraçando a ti mesma. Abraço insuficiente. Abraço pouco. Falta-te os meus braços em ti, Romina. Falta-me tu em mim!
Vejo-te, agora, sentada entre figuras cotidianas, enfastiadas, num banco de metrô. Teu queixo apoiado pela tua mão esquerda, e a tua cabeça querendo tombar ao ombro. E o olhar vazio, rente ao piso do vagão. Não vás, Romina! Desça na próxima estação e toma de volta o rumo a mim.
Tua lágrima desliza pela face. Estás corada. Teu nariz, vermelho. Quero-te luzente! Como desejo tocar-te a face, suave, sempre, deslizando minha mão, chegando aos teus cabelos num cafuné sem fim. Tudo em ti é contemplação. E agora fechas teus olhos em um delicado deleite. Como te expressas com perfeita mesura? Apenas tu. E sigo a acariciar-te.
Bateu-me a saudade, é isso. E quando ias à tua classe e eu te espiava pelo vidro da porta da sala em que lecionavas. Sequer reparavas em minha presença, nem imaginavas...
E eu sumia.

sábado, 24 de abril de 2010

4 garrafas de cerveja

Aconteceu durante um desses copos tragados, numa dessas noites vadias, boêmias, de uma famosa cidade barroca. O frio resolveu pertubá-los naquela taberna da rua direita. Ea incoerência começou pela cerveja gelada...
Ele tinha tanta coisa para lhe dizer. Bebeu bastante e disse, ou, quem sabe, não.
Subiu um pouco a rua e a levou à banda, que estava à toa na rua, ou na vida, como dira aquele cantor.
No final de tudo, a cama quente os esperava. Esperava mais a ela; espera aquela aqeuele silêncio caucasiano que gritou no inocorrido, estampado numa caveira branca que só ela saberá.