domingo, 29 de março de 2009

Amarelo


Agora me alembro daquela boião brabo no meio da baixada. Num campo florido - daquelas flores miúdas de um amarelo vivo, feito o sol!
Era um boi chifrudo, bem grande, e preto. Tão preto que mal dava pra saber se o bicho tinha olho ou não. Tiziu. Foi o nome que dei.
Meu cavalo marchava calmo rumo a Tiziu, que fingia pastar, mas que tava era cheirando flor, que eu vi! Tava era encantado, que eu sei.
Foi quando uma pessoa apareceu de dentro da mata e foi andando até o Tiziu. Ave Maria. Fiquei sem saber que mode fazer. Era uma galega dos cabelos cachados de louro, da cor da florzinha que eu disse.
Descalça e com um vestido branco, chegou até o bovino. Acariciou a testa do bicho e o guiou até a mata, de onde surgiu, sumindo entre os troncos e as folhas, pr'onde nunca mais eu vi.
Desci do cavalo e arranquei trÊs florzinhas, as mais amarelas, que vi pra ter prova dessa história.

A índia

a índia correu junto a mim atrás do carcará.
a índia que abriu o botão da calça jeans.
a índias, de pernas para o ar, dormiu no colchão e não
viu o filme.
ah, índia! se me chamasses para me deitar na rede num chamego contigo...